Por Cesar Furtado de Carvalho Bullara
Prof. de Comportamento Humano nas Organizações
ISE – Instituto Superior da Empresa
e-mail: cesarbullara@ise.org.br
Todos estamos de acordo em que um cego não pode guiar outro cego, pois os dois não iriam a parte alguma. Do mesmo modo, pretender exercer a liderança sobre outras pessoas sem exercê-la sobre si mesmo é uma tarefa tão impossível quanto um cego guiar outro cego. Apesar da evidência, muitos executivos ainda não captaram esta verdade tão simples. Não basta somente a competência técnica, temos que ser também peritos em humanidade.
Atualmente, muito se fala sobre liderar o processo de desenvolvimento das pessoas através do coaching. Algumas empresas, imbuídas de boas intenções, mas desprovidas de conhecimento prático sobre este tema, estão deixando-se arrastar por esta nova onda esquecendo-se de que o mais importante de tudo não é o processo, são as pessoas. Em primeiro lugar, temos que formar aquele que formará.
E para cumprir esta missão, nada melhor do que aplicar os ensinamentos daquele que é conhecido como o mais sábio dos homens. Sócrates nos diz que temos que começar por nós mesmos: conhece-te a ti mesmo!
Não podemos falar de liderança sem falar do que existe de mais profundo e nobre no homem. Falar de liderança é falar de hábitos, comportamentos e virtudes; fatores que definem o homem como um ser que está chamado a realizar-se a si mesmo. No entanto, esta realização exige como pré-requisito o conhecimento próprio para que possa ser plena.
Não pode haver verdadeira liderança onde não existe um verdadeiro conhecimento de si mesmo e que traz consigo a identificação de fortalezas e debilidades. Tal fato nos leva a um realismo muito importante para o dia-a-dia de um tomador de decisões.
Há alguns anos Jim Collins publicou um artigo na HBR afirmando a importância da humildade – real conhecimento de si mesmo - para vencer a última etapa no processo de desenvolvimento de um líder. Através deste artigo, Collins enfatiza que há uma diferença entre um líder de alto nível e qualquer outro: o primeiro, por conhecer bem suas capacidades, sabe atribuir o valor necessário à contribuição que recebeu da sua equipe enquanto que o segundo comemora os sucessos como sendo resultado exclusivo das suas ações. Enquanto o segundo não deixa de ver a sua imagem refletida no espelho e assume uma postura narcisista, o primeiro sabe debruçar-se na janela da realidade e contemplar os fatos tal como são, com realismo e objetividade, sabendo valorizar adequadamente a contribuição das pessoas, e até mesmo da sorte, na consecução das metas propostas.
No entanto, além da humildade, diria que um líder de alto nível não pode estar completo sem a presença de outros dois aspectos: o auto-governo e a formação de pessoas.
O auto-governo, ponto essencial para qualquer líder, é fruto de um conhecimento mais profundo das suas potencialidades. Se há uma falha no conhecer-se, também haverá uma falha na capacidade de dirigir-se a si mesmo. E que não dizer do governar e formar outras pessoas!
Quando falamos de auto-governo e formação de pessoas entramos mais propriamente no campo dos hábitos e das qualidades. Governar-se a si mesmo exige aprender novos hábitos e desaprender os antigos num processo de contínuo aprimoramento; diz respeito a uma postura ativa diante de si mesmo. Tal atitude nem sempre é encarada de modo favorável pelas pessoas porque envolve uma mudança não somente externa, mas sobretudo interna, que leva consigo uma mudança de valores e de critérios para tomada de decisão.
Uma vez lançadas as bases para o auto-conhecimento e o auto-governo, estamos em condições de começar a falar em formação de pessoas. Não é possível realizar um bom trabalho de formação de pessoas sem ter passado pela experiência do conhecimento próprio e do domínio de si mesmo. Um bom formador é aquele que conduz outras pessoas pelos caminhos que ele mesmo já trilhou. Formar pessoas significa fazer com que se encarem consigo mesmas (auto-conhecimento) e que, como resultado, adquiram novos hábitos que as coloquem em condições de desempenhar plenamente as suas funções e exercer as suas responsabilidades (auto-governo).
Da noite para o dia encarregamos estas tarefas a pessoas que não estão adequadamente preparadas para exercer tal função e o resultado final é muito pouco significativo. Mais uma vez, queremos que guias cegos guiem a outros cegos!
A solução a este problema é evidente: curar-se da cegueira, ser capaz de ver. Para ajudar a que outros se conheçam, em primeiro lugar temos que nos conhecer muito bem. Ninguém dá o que não tem! Neste sentido, o conhece-te a ti mesmo socrático ainda continua perfeitamente atual e necessitado de ser colocado em prática por cada um de nós. Para conhecer os outros, conhecer-se a si mesmo. Analogamente podemos dizer: para liderar, lidere-se a si mesmo.
Num de seus diálogos intitulado Górgias, Platão coloca a seguinte pergunta a Cálicles, um jovem pertencente à aristocracia ateniense: “O que faz um homem melhor do que outro, do ponto de vista moral?” Em seguida responde que não é sua inteligência e tampouco sua força física; o fator decisivo são suas atitudes, seu comportamento. Este é o elemento diferenciador mais importante entre as pessoas justamente porque nossos atos, tanto externos quanto internos, revelam quem somos.
Portanto, se somos o resultado dos nossos comportamentos e decisões, também é lógico pensar que a liderança que exercemos reflete fielmente aquilo que somos. É deste modo que um líder se faz e se dá a conhecer.
A liderança é, acima de tudo, uma questão de atitude que se concretiza através de hábitos estáveis consolidados ao longo do tempo e que guardam uma relação íntima com o desenvolvimento de uma personalidade equilibrada. Isso explica ser impossível que alguém se torne um líder de um dia para o outro, como que por toque de mágica. A liderança tem a ver com o que somos, com o que estamos chamados a ser e com os nossos ideais.
Não podemos falar de liderança sem falar do que existe de mais profundo e nobre no homem. Falar de liderança é falar de hábitos, comportamentos e virtudes; fatores que definem o homem como um ser que está chamado a realizar-se a si mesmo. No entanto, esta realização exige como pré-requisito o conhecimento próprio para que possa ser plena.
Não pode haver verdadeira liderança onde não existe um verdadeiro conhecimento de si mesmo e que traz consigo a identificação de pontos fortes e fracos. Tal fato nos leva a um realismo muito importante para o dia-a-dia de um tomador de decisões.
Recentemente Jim Collins publicou um artigo na HBR afirmando a importância da humildade – real conhecimento de si mesmo - para vencer a última etapa no processo de desenvolvimento de um líder. Através deste artigo, Collins enfatiza que há uma diferença entre um líder de alto nível e qualquer outro: o primeiro, por conhecer bem suas capacidades, sabe atribuir o valor necessário à contribuição que recebeu da sua equipe enquanto que o segundo comemora os sucessos como sendo resultado exclusivo das suas ações. Enquanto o segundo não deixa de ver a sua imagem refletida no espelho e assume uma postura narcisista, o primeiro sabe debruçar-se na janela da realidade e contemplar os fatos tal como são, com realismo e objetividade, sabendo valorizar adequadamente a contribuição das pessoas, e até mesmo da sorte, na consecução das metas propostas.
No entanto, além da humildade, diria que um líder de alto nível não pode estar completo sem a presença de outros dois aspectos: o auto-governo e a formação de pessoas.
O auto-governo, ponto essencial para qualquer líder, é fruto de um conhecimento mais profundo das suas potencialidades. Se há uma falha no conhecer-se, também haverá uma falha na capacidade de dirigir-se a si mesmo. E que não dizer do governar e formar outras pessoas!
Quando falamos de auto-governo e formação de pessoas entramos mais propriamente no campo dos hábitos e das qualidades. Governar-se a si mesmo exige aprender novos hábitos e desaprender os antigos num processo de contínuo aprimoramento; diz respeito a uma postura ativa diante de si mesmo. Tal atitude nem sempre é encarada de modo favorável pelas pessoas porque envolve uma mudança não somente externa, mas sobretudo interna, que leva consigo uma mudança de valores e de critérios para tomada de decisão.
Uma vez lançadas as bases para o auto-conhecimento e o auto-governo, estamos em condições de começar a falar em formação de pessoas. Não é possível realizar um bom trabalho de formação de pessoas sem ter passado pela experiência do conhecimento próprio e do domínio de si mesmo. Um bom formador é aquele que conduz outras pessoas pelos caminhos que ele mesmo já trilhou. Formar pessoas significa fazer com que se encarem consigo mesmas (auto-conhecimento) e que, como resultado, adquiram novos hábitos que as coloquem em condições de desempenhar plenamente as suas funções e exercer as suas responsabilidades (auto-governo).
Os três pilares da liderança: auto-conhecimento; auto-governo e formação de pessoas
Um dos primeiros passos para o advento da filosofia clássica e o florescimento da sabedoria grega foi dado por Sócrates ao assumir como lema o conhece-te a ti mesmo colocado no dintel do oráculo de Delfos.
Este conhecimento de si mesmo é a base para um melhor entendimento dos outros e do mundo que nos rodeia, papel essencial a ser desempenhado por qualquer líder.
Portanto, não pode haver verdadeira liderança onde não existe um verdadeiro conhecimento de si mesmo, que traz consigo a identificação de pontos fortes e fracos. Tal fato nos leva a um realismo muito importante para o dia-a-dia de um tomador de decisões.
Recentemente Jim Collins publicou um artigo na HBR afirmando a importância da humildade – real conhecimento de si mesmo - para vencer a última etapa no processo de desenvolvimento de um líder. Através deste artigo, Collins enfatiza que há uma diferença entre um líder de alto nível e qualquer outro: o primeiro, por conhecer bem suas capacidades, sabe atribuir o valor necessário à contribuição que recebeu da sua equipe enquanto que o segundo comemora os sucessos como sendo resultado exclusivo das suas ações. Enquanto o segundo não deixa de ver a sua imagem refletida no espelho e assume uma postura narcisista, o primeiro sabe debruçar-se na janela da realidade e contemplar os fatos tal como são, com realismo e objetividade, sabendo valorizar adequadamente a contribuição das pessoas, e até mesmo da sorte, na consecução das metas propostas.
No entanto, além da humildade, diria que um líder de alto nível não pode estar completo sem a presença de outros dois aspectos: o auto-governo e a formação de pessoas.
O auto-governo, ponto essencial para qualquer líder, é fruto de um conhecimento mais profundo das suas potencialidades. Se há uma falha no conhecer-se, também haverá uma falha na capacidade de dirigir-se a si mesmo. E que não dizer do governar e formar outras pessoas!
Quando falamos de auto-governo e formação de pessoas entramos mais propriamente no campo dos hábitos e das qualidades. Governar-se a si mesmo exige aprender novos hábitos e desaprender os antigos num processo de contínuo aprimoramento; diz respeito a uma postura ativa diante de si mesmo. Tal atitude nem sempre é encarada de modo favorável pelas pessoas porque envolve uma mudança não somente externa, mas sobretudo interna, que leva consigo uma mudança de valores e de critérios para tomada de decisão.
Uma vez lançadas as bases para o auto-conhecimento e o auto-governo, estamos em condições de começar a falar em formação de pessoas. Não é possível realizar um bom trabalho de formação de pessoas sem ter passado pela experiência do conhecimento próprio e do domínio de si mesmo. Um bom formador é aquele que conduz outras pessoas pelos caminhos que ele mesmo já trilhou. Formar pessoas significa fazer com que se encarem consigo mesmas (auto-conhecimento) e que, como resultado, adquiram novos hábitos que as coloquem em condições de desempenhar plenamente as suas funções e exercer as suas responsabilidades (auto-governo).
A história conta que Sócrates despertou para a filosofia e encontrou a sabedoria quando assumiu como próprio o famoso oráculo de Delfos: conhece-te a ti mesmo. Tal atitude se torna possível quando olhamos para nós mesmos e procuramos iden
Para conhecer-nos a nós mesmos temos que saber
É por isso que, além da humildade, tornam-se necessárias outras qualidades que completam o perfil básico do líder: a prudência, a fortaleza e a temperança.
Liderar é conduzir pessoas e portanto, o fator comportamental é o principal. O chefe é aquele que manda; o líder aquele que pede.
Chefiamos um departamento quando fundamentalmente nos interessam os resultados que queremos obter (conseguir resultados através das pessoas); lideramos um departamento quando nos interessam as pessoas daquele departamento e fazemos do resultado uma consequência (conseguir resultados com as pessoas).
Se as pessoas não me interessam, com certeza assumo a função de chefe. E, se as pessoas não me interessam, dificilmente irei ouvi-las. Entramos então num ciclo vicioso que é continuamente alimentado e difícil de ser quebrado.
De uma forma ou de outra as pessoas percebem que estão sendo usadas. O chefe domina, o líder envolve.
A liderança é uma qualidade muito mais centrada em fatores comportamentais do que técnicos.
Em muitos aspectos, podemos considerar que a liderança pode ser entendida como um processo de sair do próprio eu. Neste roteiro, o primeiro passo é dado quando nos dedicamos ao auto-conhecimento. Para muitos de nós, este processo tem início quando nos vemos através do prisma de outras pessoas. É uma espécie de conhecimento reflexo que nos ajuda a tomar uma posição diante dos outros. Encontramo-nos, então, com um primeiro obstáculo: a aceitação de críticas e diferentes pontos de vista. Aquele que se fecha sobre si acaba por ter uma visão bastante limitada de si mesmo e da realidade. Portanto, sua capacidade de auto-crítica se vê muito comprometida. Para algumas pessoas, o admitir que não sabem ou que erraram é algo inconcebível. Estes seres supostamente perfeitos se refugiam na sua torre de marfim, alheios a qualquer tentativa de diálogo.
Derrubam de imediato qualquer possibilidade de mudança de atitude.
Não podemos entender a liderança relacionando-a com fatores inatos.
Porque não há muitos bons líderes? Porque nem todos se abrem aos outros. Ser líder é abrir-se aos outros, criando relações profundas.
A tarefa da lapidação do próprio eu conduz à liderança.
Ser líder é realizar em si mesmo todo o potencial das virtudes.
O líder é, acima de tudo, um virtuoso.
A liderança basicamente se divide em formação pessoal e formação de pessoas.
A auto-crítica é a porta de acesso ao auto-conhecimento.
Realismo!
O líder narcisista.
O auto-governo é diretamente proporcional ao auto-conhecimento.
2 níveis de liderança: liderar-se a si mesmo (para coisas boas e para coisas más) e liderar outras pessoas (para coisas boas e para coisas más).
2 motivos diferentes: ter mais e ser mais.
Auto-conhecimento para ter ou para ser.
Auto-conhecimento para ter é eminentemente pragmático. Auto-conhecimento para ser é prático.
O auto-conhecimento para ter é o superficial enquanto que o auto-conhecimento para ser é profundo e abalador; leva a mudanças de atitude.
O aspecto mais fundamental da liderança é liderar-se a si mesmo para liderar. Preocupar-se somente com a segunda variável da equação pode levar a um preocupação exclusiva por resultados. E com isso também se perde o foco na formação de pessoas.
Um líder não se improvisa! Não é simplesmente o resultado do acaso, mas o produto de anos de esforço.
Conhece-te a ti mesmo. Este é o ponto de partida necessário para todo processo de desenvolvimento de qualidades.
Todo processo de aprendizado é um processo de aquisição de novos hábitos; é um descongelar para recongelar. No entanto, este processo pode se dar sem um aumento de conhecimento próprio.
Um conhecimento superficial de si mesmo resulta no surgimento de líderes despóticos e tirânicos, que buscam acima de tudo obter o que eles querem e não aquilo que é bom.
De acordo com Edgar Schein, um processo de mudança está calcado na fórmula: descongelar, adquirir nova forma, recongelar.
Auto-conhecimento
Liderança pessoal
Liderar outras pessoas
Antropologia da liderança
A liderança e a gestão do talento
Notamos ao longo da história, não por acaso, que os líderes mais influentes e permanentes foram aqueles que melhor se conheciam. Justamente por terem presente suas qualidades e ao mesmo tempo saberem-se falíveis, foram muito competentes no trabalho em equipe.