sexta-feira, 28 de junho de 2013

ANTIGOS ALUNOS DEBATEM ESTRATÉGIAS DE CRESCIMENTO E PERSPECTIVAS PARA O VAREJO DE LIVROS

Com participação de Sérgio Herz e Matinas Suzuki, o debate moderado pelo Prof. Paulo Ferreira teve a experiência do consumidor como um dos principais tópicos. 


Os negócios realizados pela Livraria Cultura no primeiro semestre do ano atingiram os resultados esperados, apesar da forte oscilação das vendas observada no mês de junho em decorrência da onda de manifestações que se espalhou pelo Brasil. “O País vive um momento complexo e o segmento varejista está sendo bastante afetado”, afirmou Sergio Herz, CEO da Livraria Cultura. Segundo o executivo, o comportamento da economia brasileira nos próximos meses será decisivo para a concretização da expansão de 24% projetada para 2013.



As perspectivas do mercado editorial brasileiro foram um dos assuntos discutidos durante o evento Estratégia de Crescimento: da definição à implementação,  realizado no dia 26 de junho, no auditório da Livraria Cultura, em São Paulo. O encontro integra o programa de continuidade para Antigos Alunos (Alumni) ISE e IESE Business School Brasil, cujo principal objetivo é estreitar os laços entre os executivos participantes e a instituição de ensino. 


Também presente ao encontro, Matinas Suzuki, diretor executivo da Companhia das Letras, lembrou que o crescimento da indústria editorial brasileira está intrinsecamente ligado aos investimentos realizados na área da educação. Nesse sentido, ressaltou que a política de compras de livros didáticos por parte do governo federal tem sido determinante para o desenvolvimento do setor livreiro no Brasil. “O governo brasileiro é um dos maiores compradores do mundo e as pequenas editoras têm sido um dos segmentos fortemente beneficiadas por essas aquisições”, frisou.

Livros eletrônicos

Segundo Suzuki, um dos questionamentos feitos pelo governo nessa área é a adoção ou não de um programa que contemple o livro didático eletrônico. Ele ressalta que a opção pelo livro digital redundaria em redução significativa de custos para o governo.

No caso da Livraria Cultura, os eBooks correspondem a 3,7% do faturamento. No primeiro semestre do ano, as vendas de livros eletrônicos cresceram cerca de 400% em comparação aos seis primeiros meses de 2012. Em igual período de análise, os negócios registrados no segmento de livros impressos registraram uma alta de 12%.

Segundo Herz, o comportamento do mercado de livros digitais brasileiro é um dos fatores que deverão determinar a abertura ou não de novas lojas.  Embora tenha se mostrado cauteloso ao falar sobre os projetos de expansão, ele reconheceu que há espaço para novas lojas físicas no País. A empresa, fundada em 1947, possui 17 lojas pelo Brasil. No ano passado, iniciou seu  processo de profissionalização.  Como resultado, o número de diretores passou de três em 2012 para sete neste ano. “O conceito de negócio de livraria sempre foi muito romântico”, ressaltou Herz ao abordar o novo modelo de gestão e a utilização de ferramentas de inteligência de preços, que inclui, por exemplo, descontos sobre o preço de capa dos livros.

Além do segmento de livros eletrônicos, a decisão de expansão da Livraria Cultura leva em conta ainda a análise de outras variáveis, como custos de ocupação e de mão de obra, entre outros.

Já Paulo Ferreira, Dean do ISE Business School, falou sobre a experiência do consumidor na livraria e levantou a seguinte questão: O que explica a presença das pessoas na loja mesmo com a comodidade proporcionada pela aquisição de livros pela internet?

O que se constata é que as livrarias passaram a ser um importante espaço de entretenimento. Nesse sentido, a Livraria Cultura transformou-se em um tradicional ponto de encontro de intelectuais e leitores, bem como palco de atividades infantis, sessões de autógrafos, cinema, cursos, espetáculos, exposições, música e palestras em todas as cidades nas quais está presente.