Por: Eliane Sobral – jornalista e responsável pela comunicação do ISE Business School
Faltam ainda quatro meses para a bola rolar nos gramados brasileiros, mas a turma do
notebook está pensando em sua própria estratégia de jogo já há bastante tempo. Se Copa
do Mundo lá fora significa liberar os funcionários em dia de jogo do Brasil, realizar o
evento na nossa própria casa significa trabalhar com um calendário com vários, muitos
dias a menos entre 12 de junho e 13 de julho.
O primeiro departamento a "partir para o ataque", sem dúvidas, foi o de Recursos Humanos
com uma escala totalmente nova de dias a compensar e dias a folgar. Mas não é
só. As equipes de vendas também se debruçam sobre um quebra cabeças muito mais
complexo e cujas peças podem ter as cores verde e amarela ou as da bandeira de
clientes internacionais. Afinal, que representante comercial vai agendar visita a um
executivo espanhol ou holandês em pleno 13 de junho (dia em que as duas seleções se
enfrentam na estreia do mundial)? Seria uma afronta tão grave quanto marcar reunião
com um americano em pleno dia de Super Bowl.
Independentemente do resultado a ser obtido por Felipão e seus comandados, este
carnaval estendido, em que a Copa do Mundo promete se transformar, beneficia
pouquíssimos setores da nossa economia. O campeão neste jogo, sem dúvidas, é
o varejo de alimentos e bebidas.
Na Copa de 2006, na Alemanha, as vendas de carne para churrasco subiram 35% na
maior rede varejista nacional. As projeções para esta Copa são de vender nada menos
que o dobro! Afinal a Copa é na casa dos brasileiros e os brasileiros melhoraram
consideravelmente seu poder aquisitivo de 2006 para cá. Já para o mercado de cervejas
e chope a previsão é um pouco mais complicada. Nesse caso específico, há duas
possibilidades. Se a temperatura se mantiver baixa as vendas de cerveja devem crescer
uns 10%. Caso o clima esquente, a alta pode chegar até 20%, em pleno inverno. Há
outros, (poucos) setores que também podem se beneficiar pontualmente com a Copa do
Mundo.
Eliane Sobral – é jornalista e responsável pela comunicação do ISE Business School