quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Administrar a própria trajetória profissional pode parecer uma missão impossível

Imagem Cortesia FreeDigitalPhotos.net - Businessman Running On World Map" por chanpipat
Imagem Cortesia FreeDigitalPhotos.net
 Businessman Running On World Map
por chanpipat
Administrar a própria trajetória profissional pode parecer uma missão impossível. E é especialmente em tempos de incertezas. Viver sem saber em que estaremos trabalhando dentro de cinco ou dez anos, nem quais competências nos serão exigidas, gera uma lógica inquietação. Sabemos que nosso trabalho vai mudar. Mas não sabemos quando nem onde. O que fazer diante deste quadro?

1. Melhore seu conhecimento pessoal: Reflexão – Refazer nossos próprios passos profissionais e aprender com experiências passadas é um exercício sensível e tremendamente útil, mas nem sempre dedicamos o devido tempo para fazê-lo. Avaliar, com a perspectiva do tempo passado, nossas experiências anteriores, serve para refletir sobre as competências que desenvolvemos, nos vários cargos ocupados, e também para avaliar como nos ajudaram, ou não, a nos sentirmos satisfeitos profissional e pessoalmente. O ideal é completar esse processo de autoconhecimento com a informação que outras pessoas possam nos dar, sobre nossas próprias habilidades e competências. Uma boa forma de começar esse exercício é responder ao questionário Avalia suas competências com o IESE, que nos permite fazer uma autoavaliação
completa das nossas diferentes competências: de mercado, interpessoais, intrapessoais e metacompetências.

2. Experimente Pequenos Passos – Não se trata de desenvolver tudo para se lançar a uma conquista de novos e desconhecidos horizontes profissionais e sim de estar sempre aberto a explorar novas opções que nos permitam crescer. Por exemplo, através do trabalho voluntário, da colaboração com associações, inclusive descobrindo e potencializando nossos hobbies. Não ganhamos salário (pelo menos não no curto prazo), mas sim experiência e autoconhecimento. Outra ferramenta muito interessante para explorar opções de trabalho são as entrevistas informativas. Ajudam a ter um conhecimento muito mais preciso sobre o que é preciso fazer em um determinado cargo ou setor, sobre a possibilidade real que há ou sobre qual é a melhor maneira de se encaminhar para aquela área ou função. Isso sim, como o próprio nome indica, nestas
entrevistas pessoais vamos receber informações e não um posto de trabalho. Nada de recorrer ao “deixar um currículo”.

3. Administre sua presença online – Querendo ou não, todos nós temos uma identidade digital. É sabido que a maioria dos recrutadores rastream a vida digital de seus candidatos.

Então, o melhor a fazer é administrar nossa presença digital e tratar para que sejadinâmica, funcional e, claro, que esteja atualizada. Segundo Mireia Las Heras, está absolutamente demonstrado que “o pior método para encontrar profissionais é o tradicional do currículo e as entrevistas”. Daí a importância de administrar e potencializar a imagem que oferecemos na rede. E isso vale tanto para nossos perfis no Facebool ou no Linkedin, ou ainda se optamos por publicar um videocurrículo. O importante é que
nossa vida digital reflita clara e fielmente nossa proposta de valor e que esteja em consonância com o que se pretende conseguir.

4. Seja Flexível – Constantemente aparecem novas categorias profissionais (analista de Big Data, programador de aplicações community manager) e também novas necessidades nas categorias que sempre existiram (por exemplo, os serviços de atendimento a idosos). A boa notícia é que a flexibilidade, a capacidade de aprender e aprender, é uma metacompetência que se pode aprender e desenvolver. Como? Exercitando-a, saindo da nossa zona de conforto e explorando-a com essas experiências anteriormente citadas. Além disso, hoje em dia, as possibilidades de continuarmos aprendendo (inclusive a custo zero), são praticamente inesgotáveis. Sites como Cursera ou Lynda, para ficar em apenas dois exemplos, oferecem milhares de cursos, a maioria gratuitos, para continuar aprendendo. Não tem desculpa.

5. Melhore seu capital social: relações de desenvolvimento – De acordo com Mireia Las Heras, “não encontramos trabalho por meio das pessoas que conhecemos muito, e sim por meio das pessoas que conhecem muito alguém que nos conhecem bem”. Não só é importante ter uma boa rede de contatos e desenvolver o networking, mas também procurar que esta seja diversificada. Se essa rede é muito endogâmica, a informação que obtemos pode acabar sendo redundante ou irrelevante. Dentro desta rede, também é essencial construir relações de desenvolvimento – aquelas que estabelecemos com certas pessoas que se ocupam com tempo e esforço para nos ajudar a desenvolver uma série de competências.

Mireia las Heras é professora assistente de Gestão de Pessoas do IESE Business School,
escola parceira do ISE Business School nos programas AMP e PMD entre outros. Mireia
também é diretora acadêmica no Internacional Center for Work and Family.