segunda-feira, 18 de novembro de 2013

RESULTADOS OU PESSOAS?

Cenário competitivo, necessidade premente de melhorar constantemente o desempenho. A demanda por executivos capazes de entregar resultados não deve diminuir. No entanto, cresce cada vez mais, embora de forma nem sempre muito esclarecida, a percepção de que esta via de crescimento não pode ser solitária. Paralelamente, deve ser desenvolvida e perseguida uma via de comprometimento de pessoas e de liberação de talento criativo, sem a qual os resultados tendem a bater num limite e tornarem-se insustentáveis no tempo.


                O futuro brilhará para empresas e executivos que forem capazes de conjugar o sinérgico E, em vez de dobrar-se à “tirania do OU” (Jim Collins). Perseguir orientação a Resultados E Pessoas. Promover estabilidade E flexibilidade. Conservadorismo E Audácia. O primeiro desses binômios de performance duradoura tem sido classicamente expressado na disjuntiva Resultados X Pessoas.

                Em busca da combinação mágica de Resultados + Pessoas, surge a pergunta: que é mais fácil desenvolver num executivo: capacidade de gerar resultados ou de gerenciar pessoas?

                Entende-se estritamente por Resultado o montante de negócios gerado, contratos assinados, vendas realizadas. Mas, cabe também associar a essa habilidade a capacidade de execução, de realização de certos “entregáveis” relevantes da função ocupada: unidades entregues, número de assistentes aos eventos promocionais organizados, adesões efetivas a um novo plano de benefícios oferecido, etc.

                Essa concepção mais ampla ajuda a visualizar a natureza da capacidade de obter resultados: habilidade pragmática, senso de realidade, previsão, persuasão, negociação, planejamento racional e lógica de execução, sagacidade em descobrir meios alternativos e resolução de problemas de implementação. Percebe-se que se trata de dotes não igualmente distribuídos no universo dos seres vivos. Embora muito se possa desenvolver à força de experiência, há um elemento inato na capacidade de alcançar resultados. Quase sempre um extraordinário entregador de resultados conta com uma facilidade inata que soube aperfeiçoar e aplicar.

                O bom gestor de pessoas tem também um perfil básico característico: empatia, inteligência emocional, capacidade de ouvir e comunicar, poder de influência. É fato que nem todos possuem de forma clara essas habilidades. Serão todas inatas? Em termos gerais, todas parecem susceptíveis de um desenvolvimento mediante treinamento e coaching, mas o processo tende, por natureza, a ser lento e gradativo. E há casos de pessoas com uma deficiência especial em algumas dessas características, como a empatia ou a inteligência emocional, dificultando sobremaneira o seu desenvolvimento.

                E a habilidade de alcançar resultados: é possível desenvolvê-la mediante treinamento? O treinamento pode aperfeiçoar vários dos seus elementos constitutivos, mas quando se trata de obter um grande realizador de resultados, o processo essencial parece ser o de oferecer os conhecimentos específicos e toda a autonomia necessária para que, com a própria experiência, desperte e amadureça o elemento inato da pessoa.

                Na prática, é raro encontrar executivos com habilidades para gerar resultados e lidar com pessoas em igual nível de excelência. Aparentemente, quando uma das duas é muito destacada, por essa mesma razão, há uma dificuldade natural para o desenvolvimento em nível excepcional da outra. O importante, nesses casos, é ser consciente do campo de deficiência pessoal e saber supri-lo, no nível adequado para a função, mediante uma equipe cuidadosamente montada.