Cenário
competitivo, necessidade premente de melhorar constantemente o desempenho. A
demanda por executivos capazes de entregar resultados não deve diminuir. No
entanto, cresce cada vez mais, embora de forma nem sempre muito esclarecida, a
percepção de que esta via de crescimento não pode ser solitária. Paralelamente,
deve ser desenvolvida e perseguida uma via de comprometimento de pessoas e de
liberação de talento criativo, sem a qual os resultados tendem a bater num
limite e tornarem-se insustentáveis no tempo.
O
futuro brilhará para empresas e executivos que forem capazes de conjugar o
sinérgico E, em vez de dobrar-se à “tirania
do OU” (Jim Collins). Perseguir orientação a Resultados E Pessoas. Promover
estabilidade E flexibilidade. Conservadorismo E Audácia. O primeiro desses
binômios de performance duradoura tem sido classicamente expressado na
disjuntiva Resultados X Pessoas.
Em
busca da combinação mágica de Resultados + Pessoas, surge a pergunta: que é mais fácil desenvolver num executivo:
capacidade de gerar resultados ou de gerenciar pessoas?
Entende-se
estritamente por Resultado o montante de negócios gerado, contratos assinados,
vendas realizadas. Mas, cabe também associar a essa habilidade a capacidade de
execução, de realização de certos “entregáveis” relevantes da função ocupada:
unidades entregues, número de assistentes aos eventos promocionais organizados,
adesões efetivas a um novo plano de benefícios oferecido, etc.
Essa
concepção mais ampla ajuda a visualizar a natureza da capacidade de obter
resultados: habilidade pragmática, senso de realidade, previsão, persuasão, negociação,
planejamento racional e lógica de execução, sagacidade em descobrir meios alternativos
e resolução de problemas de implementação. Percebe-se que se trata de dotes não
igualmente distribuídos no universo dos seres vivos. Embora muito se possa
desenvolver à força de experiência, há um elemento inato na capacidade de
alcançar resultados. Quase sempre um extraordinário entregador de resultados
conta com uma facilidade inata que soube aperfeiçoar e aplicar.
O bom
gestor de pessoas tem também um perfil básico característico: empatia,
inteligência emocional, capacidade de ouvir e comunicar, poder de influência. É
fato que nem todos possuem de forma clara essas habilidades. Serão todas
inatas? Em termos gerais, todas parecem susceptíveis de um desenvolvimento
mediante treinamento e coaching, mas o
processo tende, por natureza, a ser lento e gradativo. E há casos de pessoas
com uma deficiência especial em algumas dessas características, como a empatia
ou a inteligência emocional, dificultando sobremaneira o seu desenvolvimento.
E a
habilidade de alcançar resultados: é possível desenvolvê-la mediante
treinamento? O treinamento pode aperfeiçoar vários dos seus elementos
constitutivos, mas quando se trata de obter um grande realizador de resultados,
o processo essencial parece ser o de oferecer os conhecimentos específicos e
toda a autonomia necessária para que, com a própria experiência, desperte e
amadureça o elemento inato da pessoa.
Na
prática, é raro encontrar executivos com habilidades para gerar resultados e
lidar com pessoas em igual nível de excelência. Aparentemente, quando uma das
duas é muito destacada, por essa mesma razão, há uma dificuldade natural para o
desenvolvimento em nível excepcional da outra. O importante, nesses casos, é
ser consciente do campo de deficiência pessoal e saber supri-lo, no nível adequado
para a função, mediante uma equipe cuidadosamente montada.